quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
viagens parte ...? Istambul
Sim, sei que já voltei de Istambul há mais de uma semana mas ainda não tinha tido tempo para escrever sobre o assunto. Istambul é magnífica! Alguém disse que seria a capital da Europa um dia, já não sei quem foi, pois é pena que não o seja. Primeira impressão da cidade: fez-me lembrar Lisboa. Muita água, esplanadas, um velho eléctrico, .... A vida nocturna, sobretudo em Taksim é bastante boa e as lojas estavam abertas, felizmente, neste segundo EID. Claro que as mesquitas, os palácios, a cisterna... completam o quadro. Mas no centro está sem dúvida o Bósforo e uma travessia rápida entre a Europa e a Ásia, unidas numa só cidade... Se não existem fronteiras entre os continentes porque existem fronteiras entre os países?
domingo, 15 de novembro de 2009
Os papagaios de cabul
Ainda não tinha falado nisso, erro meu. Os papagaios enchem diariamente os céus da capital afegã, colocados no céu por miúdos e graúdos... Razão de tanta felicidade... uma prática que vem de longe mas que foi proibida durante o regime talibã... porque proibida??? Bem , o divertimento, a alegria, a música, tudo parecia perturbar a paz social ... os papagaios mas também as fotos e os retratos, a música, o cabelo comprido nos homens ou a ausência de barba, o dançar nos casamentos... tudo isso era proibido. Para além de um divertimento, os papagaios de Cabul são hoje um símbolo de libertação.
sábado, 7 de novembro de 2009
Brunch
Algo interessante em Cabul é a quantidade de estrangeiros que continuam a instalar-se, nomeadamente na área da restauração. O elevado número de militares, de funcionários de diferentes ONG´s e de diplomatas na cidade, implica uma procura crescente de produtos à qual o mercado afegão está longe de conseguir corresponder, dando lugar à iniciativa privada estrangeira. Ontem, sexta-feira e primeiro dia do fim-de-semana, tivemos um brunch numa pastelaria/padaria francesa. Mais do que francesa, alsaciana, visto a proprietária ser do alto-reno. Croissants fresquinhos, baguette au saucisson, croque-monsieur ou croque-madame no meio de Cabul parecem uma miragem, mas junta-se a uma oferta criada pelos estrangeiros na cidade que inclui restaurantes franceses, italianos, indianos, chineses, tailandeses, libaneses, espanhóis... alguém interessado em alargar essa oferta com um bacalhau com natas, uns pastéis de Belém e café a sério?
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Aproveita para ver como a vida também pode ser
"Aproveita para ver como a vida também pode ser" escreveu no facebook a minha amiga Joana. Penso que é disso que se trata quando sentimos a apreensão de saber que a próxima casa que irão atacar poderá ser a nossa, quando sentimos um tremor de terra que nos obriga a correr para o jardim, quando ouvimos um trovão e o associamos imediatamente a mais um atentado... mas é isso que pensamos sobretudo quando atravessamos a cidade e vemos as crianças a pedir dinheiro, a mulheres escondidas atrás das burcas, os mutilados da guerra, o desespero daqueles que querem sair do país por estarem cansados da situação e já não acreditarem em soluções, o ódio crescente por tudo o que é estrangeiro, a policia que não sabe bem o que faz por não ter sido preparada para isso, os aviões comandados à distância que enchem as nossas noites de ruído e que não nos deixam dormir. Há também, no entanto, os vendedores que tentam limpar a frente das lojas como se houvesse remédio a dar a tanto pó e muitas vezes lama e que, na falta de luz pública nas ruas, instalam candeeiros para iluminar a fruta e os legumes que acabaram de limpar, há também as lojas que colocam na montra imagens de modelos ocidentais (homens normalmente) e misturados com algumas palavras francesas tentam dar uma imagem de modernidade a quem passa. No meio de tudo fica a duvida se vale a pena continuar... penso que apesar de tudo vale a pena nem que seja "para ver como a vida também é".
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O atentado contra a guest house das N.U.
Em um mês tivemos de tudo. Uma explosão perto da delegação que visava a embaixada da India, a segunda em menos de um ano. Um sismo de 6,2... Hoje, um atentado contra uma guest house que matou seis trabalhadores das nações unidas e mais cinco locais. Sem contar com o rocket que caiu no Hotel de onde saí, e ainda bem, o mês passado. Os dias vão passar devagar até dia sete de novembro, dia da segunda volta das eleições. Até lá mais atentados irão surgir, mais vitimas de uma guerra que não parece ter solução.
sábado, 24 de outubro de 2009
Talibans ou Terramotos... triste cidade esta
Magnitude 6.2 - HINDU KUSH REGION, AFGHANISTAN 2009 October 22 19:51:28 UTC 6.2 Date-Time Thursday, October 22, 2009 at 19:51:28 UTC
Friday, October 23, 2009 at 12:21:28 AM at epicenter Time of Earthquake in other Time Zones Location 36.471°N, 70.925°E Depth 196.5 km (122.1 miles) Region HINDU KUSH REGION, AFGHANISTAN Distances 270 km (165 miles) NE of KABUL, Afghanistan
Friday, October 23, 2009 at 12:21:28 AM at epicenter Time of Earthquake in other Time Zones Location 36.471°N, 70.925°E Depth 196.5 km (122.1 miles) Region HINDU KUSH REGION, AFGHANISTAN Distances 270 km (165 miles) NE of KABUL, Afghanistan
sábado, 10 de outubro de 2009
Viagens parte VI- Ucrânia
Com uma capital tão bonita e organizada, os campos bem arrumadinhos e verdes... o que pode fazer os ucranianos sair do seu país... os salários baixos claro. Kiev é surprendente e cheia de barroco e art-nouveau. As pessoas frias mas bonitas. A língua inglesa é algo de desconhecido mesmo para os mais jovens. Tal como em Istanbul o euro impera no aeroporto... a estabilidade da moeda da UE é preferida às moedas locais. Saber círilico ajuda bastante sobretudo no metro da capital de outra forma é impossível acertar nas estações. Lenine continua muito presente mas convive com as marcas, o luxo, a aparência de quem vive acima dos seus meios. Alguns cantores italianos perdem-se por Kiev . A foice e o martelo ainda estão presentes em muitos edificios (ver foto).
viagens parte V - India
A india tem algo de mágico e de estranho, algo de triste e encantador.....
Os monumentos são deslumbrantes, o Taj Mahal surpreendente... A noção de espaço por parte das pessoas é muito diferente da nossa. Adormecer numa auto-estrada indiana é impossível, entre tractores, carros em contra~mão, peões, bicicletas e vacas... a auto-estrada indiana está longe dos parâmetros que gerem a auto-estradas europeias... Deli um pouco cansativa, chandigarh organizada, Amritsar dourada como o seu templo. Na fronteira paquistanesa a população junta-se ao pôr-do-sol para festejar o seu nacionalismo e provocar os nacionalistas paquistaneses do outro lado da fronteira... um espectáculo diário que junta milhares de pessoas. Andar de tuc-tuc pelas ruas de Delhi é refrescante mas passado algum tempo a cidade pode se tornar cansativa, sobretudo quando a buzina faz parte do aparelho respiratório de qualquer condutor Indiano. A India cresce em obras públicas e as novas infra-estruturas nascem por todo o lado... resta controlar a taxa de natalidade e combater a pobreza... árdua tarefa.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
de regresso a cabul... casa nova
Boas. Há muito que não vinha aqui, andei um pouco preguiçoso. Cheguei da Índia na segunda-feira à noite, três dias após o previsto, graças a uma greve da India Airlines....
Toda a história que envolve a marcação de novos voos no aeroporto de Deli tem contornos Kafkianos...
Uma única pessoa para atender centenas de passageiros. O registo feito à mão... pessoas que alteram a ordem de atendimento quando o funcionário que nos atende se ausenta por segundos. Não se consegue entrar no aeroporto sem um carimbo que não sabemos quem teria que nos dar. Não se pode sair do aeroporto sem um carimbo que também não sabemos quem nos teria que dar.... penso que seria a mesma pessoa que nunca encontrámos e que fois substituído pelas explosões de fúria e de descontentamento de uma colega nossa. O Hotel que nos atribuíram era retirado de um filme de terror, com fumo no seu interior que não sabíamos donde provinha, casas-de-banho de perder a vontade, telefones e elevadores que não funcionam (obviamente que só ficamos no hotel meia-hora e fugimos). Havia uma senhora que só tinha voo dois dias depois que foi impedida de sair do aeroporto por não ter o tal carimbo... não sei se ainda lá está. Quando finalmente conseguimos um outro bilhete, para outro voo, sete horas depois de chegarmos ao aeroporto, fomos informados pelo nosso responsável do pessoal que seria conveniente não irmos nesse voo pois a companhia estava na lista negra da comissão. Conclusão, três dias a levantar-me às três da manhã para apanhar um voo que não se efectuava, cerca de 14 horas de aeroporto... No fim de contas, em pleno desespero, devíamos ser os únicos no mundo a desejar profundamente chegar ao Afeganistão.... Sobretudo porque tínhamos a nossa casa nova por estrear, bem no centro de cabul! Lar doce lar.
Toda a história que envolve a marcação de novos voos no aeroporto de Deli tem contornos Kafkianos...
Uma única pessoa para atender centenas de passageiros. O registo feito à mão... pessoas que alteram a ordem de atendimento quando o funcionário que nos atende se ausenta por segundos. Não se consegue entrar no aeroporto sem um carimbo que não sabemos quem teria que nos dar. Não se pode sair do aeroporto sem um carimbo que também não sabemos quem nos teria que dar.... penso que seria a mesma pessoa que nunca encontrámos e que fois substituído pelas explosões de fúria e de descontentamento de uma colega nossa. O Hotel que nos atribuíram era retirado de um filme de terror, com fumo no seu interior que não sabíamos donde provinha, casas-de-banho de perder a vontade, telefones e elevadores que não funcionam (obviamente que só ficamos no hotel meia-hora e fugimos). Havia uma senhora que só tinha voo dois dias depois que foi impedida de sair do aeroporto por não ter o tal carimbo... não sei se ainda lá está. Quando finalmente conseguimos um outro bilhete, para outro voo, sete horas depois de chegarmos ao aeroporto, fomos informados pelo nosso responsável do pessoal que seria conveniente não irmos nesse voo pois a companhia estava na lista negra da comissão. Conclusão, três dias a levantar-me às três da manhã para apanhar um voo que não se efectuava, cerca de 14 horas de aeroporto... No fim de contas, em pleno desespero, devíamos ser os únicos no mundo a desejar profundamente chegar ao Afeganistão.... Sobretudo porque tínhamos a nossa casa nova por estrear, bem no centro de cabul! Lar doce lar.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Contagem de votos
Karzai chegará sem dúvida, com manipulação ou sem ela, a superar os 50% necessários para poder ser reeleito presidente do Afeganistão sem necessitar, deste modo, de uma segunda volta, que no entanto ganharia. No entanto as dúvidas que pairam no resultado e a insatisfação crescente do lado dos apoiantes de Abdulah implicam um clima pior do que o que adviria de uma segunda volta. As próximas três/quatro semanas no Afeganistão serão as piores dos últimos tempos o que só poderá ser atenuado, durante um breve período de tempo, por uma missão internacional que procederá à recontagem dos votos e à verificação da legalidade de todo o processo. Após essa verificação penso que a tensão voltará a subir. Tudo uma questão de tempo. O Ramadão continua, os ataques dos Talibans e da Nato também.
domingo, 6 de setembro de 2009
Viagens parte IV - Dubai
Saí de Paris no dia 28 voo da Emirates para o Dubai... durante a noite. Chegada ao Dubai às seis e pouco da manhã, a mala fica no aeroporto e saio em direcção à cidade. Calor, muito calor... 36 graus e ainda não são sete da manhã. Não sei para onde ir, sei que existe praia e penso que será o melhor sítio para me refrescar e passar a manhã e um pouco da tarde. Só tenho um voo bem tarde para Cabul. O melhor do Dubai... as paragens de autocarro com ar condicionado, onde mesmo as pessoas que não apanham autocarro se refugiam. A tarde é pior que a manhã, mais de 45 graus. Procuro a praia e encontro-a, corro para a água com vontade de me refrescar... a água é quente, muito quente, parece uma sopa. Vou até ao macdonalds e peço uma coca-cola grande, bem fresca, estou a derreter... pago. O empregado diz-me que não posso beber a cola no estabelecimento, caminho para a rua e diz-me que não posso beber fora do estabelecimento... penso que está a gozar comigo e pergunto porquê. Diz-me que é o Ramadão e que não se pode beber ou comer até às 18h30. Pergunto-lhe porque estão abertos e porque me vendeu a cola. Diz-me que posso levá-la para casa... Digo-lhe que moro em Cabul... enfim, aí estava aquela bebida fresca e parecia tudo um filme de terror. Por fim troco a cola por uma garrafa de água que meto no meu saco... e vou pecar para outro lado... Contra a lei segundo o empregado. Sentir-me um criminoso por beber uma água... nunca pensei. Bem, o resto da cidade é o que imaginava, grandes edifícios, modernos, uma cidade arrancada ao deserto e muito artificial. Bom para ser visto uma vez, para tirar fotos, ir às compras ou esquiar na pista artificial... mas nada mais.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Viagens parte III - Estrasburgo
Sai de Manila um pouco cansado da cidade e encontrei no aeroporto de Manila uma fila enorme para o voo da Emirates para o Dubai... Estive na fila uma hora e meia, algo que pensei que não acabaria nunca... Chegado ao Dubai apanhei o voo para Paris e em Paris o RER para a Gare de L'Est e o TGV Paris -Estrasburgo. Chegado a Estrasburgo nova corrida para comprar o Bilhete para o comboio para Gambsheim... tinha 6 minutos para o fazer. Cheguei a Gambsheim exausto, após 19 horas em transportes...
Família, boa comida, passeios por Estrasburgo, ouvir o alsaciano, beber um bom riesling e cremant d'alsace, nada melhor para recuperar.
Estrasburgo continua serena, bem organizada, preservada... com excepção dos dois disparates dos últimos anos, o centro comercial des halles e a estrutura em vidro que puseram em frente à estação... verdade que talvez de noite se consiga ver o belo edifício que está por detrás, iluminado, mas de dia ... simplesmente não gosto!
Família, boa comida, passeios por Estrasburgo, ouvir o alsaciano, beber um bom riesling e cremant d'alsace, nada melhor para recuperar.
Estrasburgo continua serena, bem organizada, preservada... com excepção dos dois disparates dos últimos anos, o centro comercial des halles e a estrutura em vidro que puseram em frente à estação... verdade que talvez de noite se consiga ver o belo edifício que está por detrás, iluminado, mas de dia ... simplesmente não gosto!
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Viagens parte II - Manila
Saindo de Koror apanhei um voo da continental e fui até Manila. Não me agradou muito a capital das Filipinas. Milhões de pessoas, engarrafamentos constantes e muita, muita poluição. A Chuva quase sempre presente. Intra-muros será talvez a parte mais interessante da cidade, pelo menos o que não foi destruído totalmente na segunda guerra mundial, pois o que foi reconstruído nem sempre prima pelo bom gosto. Fui abordado por diversas vezes por pessoas que me diziam que não era seguro andar sozinho pelas ruas da cidade mas não senti insegurança, apesar de ser abordado muitas vezes por pessoas a pedir dinheiro, a perguntar se queria boleia ou se estava perdido... As barracas coexistem com edifícios modernos, as disparidades entre ricos e pobre parecem grandes. Transporte mais conhecido de Manila os "Jeepney" (ver fotos) que obviamente experimentei por diversas vezes, Entra-se por trás e existem lugares laterais para cerca de 12 pessoas bem apertadas, dá-se o dinheiro à pessoa ao nosso lado que o passa até ao motorista que por sua vez nos devolve o troco. Quando nos aproximamos do local pretendido, grita-se para ele parar, o que ele faz rapidamente, com a ajuda da buzina no meio da confusão do transito de Manila.
Recomendo o Museu Ayala onde nos podemos perder por horas com a história das filipinas, muito bem explicada, e que tem sempre uma exposição temporária de pintura e ainda, quando por lá passei, sobre o ouro e a exploração do ouro nas filipinas e no Mundo.
Corazon d'aquino claro, estava presente em cada rua, onde o amarelo dominava e as palavras de apreço pela ex-presidente falecida também.
Assisti a um combate entre galos... nada memorável.
Ao quarto dia confesso que estava cansado de Manila e com uma vontade enorme de apanhar o voo para o Dubai e de seguida Paris. O tempo não ajudava, acabei por não ir à praia pois chovia constantemente...
Viagens parte I - Koror
Boas, pessoal! Acabaram-se as férias e regressei a Kabul esta manhã.
Mais de 30.000 km depois, voltei à base e dormi 10 horas pensando que tinha dormido 4, estava exausto das férias.
Primeira etapa das vacaciones foi a micronésia, nomeadamente koror, cidade capital, num país chamado Palau, país recente, criado em meados dos anos 90.
Descrever Palau é descrever o Paraíso, muita vegetação, muitas ilhas (rock islands muito bonitas), praias simpáticas (em carp island nomeadamente), peixes de todas as cores, tartarugas, tubarões (inofensivos segundo os nativos, nunca confiando) e muitos japoneses.
Fiquei no carolines resort durante 3 dias, numa casa típica do Palau (segundo os proprietários), simpática, vista para o mar (o que não é difícil em ilhas tão pequenas, perto da única praia nas proximidades de Koror, no Palau Pacific Resort (conhecido localmente como PPR).
Carp island, onde fiquei quatro dias, é uma pequena ilha, integrado na república de Palau, em forma de estrela (ver google earth) que apenas tem um hotel, praias, uma selva, muita flora, muita fauna, um excelente sitio para descansar e mergulhar. Descansei mais do que mergulhei e aproveitei para ler. Quem gere o hotel é um casal muito simpático, ela de origem francesa, ele de origens argentinas, que depois de terem trabalhado em Barcelona decidiram abandonar os respectivos empregos e dedicar-se ao que realmente gostam de fazer, mergulho!
Obviamente nesse recanto perdido do mundo encontrei portugueses assim que cheguei no aeroporto e continuei a encontrar portugueses ao longo da semana que lá passei... Existe algum sítio onde não haja um português? Obviamente não.
Mais de 30.000 km depois, voltei à base e dormi 10 horas pensando que tinha dormido 4, estava exausto das férias.
Primeira etapa das vacaciones foi a micronésia, nomeadamente koror, cidade capital, num país chamado Palau, país recente, criado em meados dos anos 90.
Descrever Palau é descrever o Paraíso, muita vegetação, muitas ilhas (rock islands muito bonitas), praias simpáticas (em carp island nomeadamente), peixes de todas as cores, tartarugas, tubarões (inofensivos segundo os nativos, nunca confiando) e muitos japoneses.
Fiquei no carolines resort durante 3 dias, numa casa típica do Palau (segundo os proprietários), simpática, vista para o mar (o que não é difícil em ilhas tão pequenas, perto da única praia nas proximidades de Koror, no Palau Pacific Resort (conhecido localmente como PPR).
Carp island, onde fiquei quatro dias, é uma pequena ilha, integrado na república de Palau, em forma de estrela (ver google earth) que apenas tem um hotel, praias, uma selva, muita flora, muita fauna, um excelente sitio para descansar e mergulhar. Descansei mais do que mergulhei e aproveitei para ler. Quem gere o hotel é um casal muito simpático, ela de origem francesa, ele de origens argentinas, que depois de terem trabalhado em Barcelona decidiram abandonar os respectivos empregos e dedicar-se ao que realmente gostam de fazer, mergulho!
Obviamente nesse recanto perdido do mundo encontrei portugueses assim que cheguei no aeroporto e continuei a encontrar portugueses ao longo da semana que lá passei... Existe algum sítio onde não haja um português? Obviamente não.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Las Vacaciones
Sim,está decidido, vou de férias! Dia 6 lá vou eu na SAFI airways a caminho do Dubai e depois Palau perto da Micronésia, numa ilha no Pacífico... seems good... Regresso a Manila uma semana depois e vou para Boracay, outra ilhazita no pacifico (ver foto)... regresso ao Dubai para mais uns dias na Praia, embora não ache o Dubai nada interessante, demasiado artificial... e ainda tenho que decidir o que faço depois... Ainda me sobra uma semana...mmm
domingo, 26 de julho de 2009
Tensão
Os últimos dias tem se tentido uma maior tensão. O número de ataques com bombistas parece ter disparado, agora escondidos sob as burcas. Cabul continua calma mas é uma calma que não deixa ninguém sossegado, sobretudo com as eleições à porta. A maior parte das pessoas com quem falo dá a vitória a Karzai nas próximas eleições mas, tendo assistido a algumas apresentações e debates, penso que Abdula poderá ser um sério adversário, senão mesmo ganhar. Teme-se que as coisas possam piorar com a vitória de abdula, mas nada me parece muito sustentado neste momento. Veremos dia 20. Pelo sim, pelo não decidi ir de férias dia 7... ainda não sei para onde, e até ao fim do mês.
terça-feira, 21 de julho de 2009
A cidade escondida
Afghanistan Is Based on Lies and Illusions - By ANN JONESShare
Thursday, July 16, 2009 at 9:20pm
I've come back to the Afghan capital again, after an absence of two years, to find it ruined in a new way. Not by bombs this time, but by security.
The heart of the city is now hidden behind piles of Hescos -- giant, grey sandbags produced somewhere in Great Britain. They're stacked against the walls of government buildings, U.N. agencies, embassies, NGO offices, and army camps (of which there are a lot) -- and they only seem to grow and multiply. A friend called just the other day from a U.N. building, distressed that the view from her office window was vanishing behind yet another row of Hescos. Urban life as Kabulis knew it in this once graceful city has been lost to the security needs of strangers.
The creation of Hescostan in the middle of Kabul is both an effect of, and a cause of, war: an effect because it seems to arise in response to devious enemy tactics that are still relatively new to Afghanistan, such as the use of roadside bombs (IEDs) and suicide bombers (though there has actually been no attack in Kabul for six months now); a cause because it is so clearly a projection, an externalization of the fears of men out of their depth. It is a paradox of such "force protection" that the more you have, the more you feel you need. What's called security generates fear.
(...)
As I write, 4,000 newly arrived U.S. Marines are trudging through the blistering heat of Helmand Province to push back the Taliban so local Pashtuns can turn out to vote next month for Karzai, their fellow Pashtun. What's wrong with this new Obama strategy? For one thing, in some areas the local Pashtun population has instead turned out to fight against the foreign invaders, side by side with the Taliban (who, it should be remembered, are mostly local Pashtuns). They're as fed up as anybody with the puppet Karzai. Like millions of other Afghans, they say Karzai has done nothing for the people. But saddled with history, Karzai remains the horse the U.S. rode in on.
Let me make it clear that Olds and Parenti don't draw these comparisons to current affairs in Afghanistan. Fixer is simply and appropriately subtitled The Taking of Ajmal Nashqbandi. It's a tribute to a trusted colleague. But watch the film yourself and you'll be immersed in duplicity: officials manipulate the truth, citizens fear to tell it, Americans can't bear to look it in the face. Watch the film and maybe you'll understand how hard it has become, here behind the Hescos where history is being re-spun, to size anything up, pin anything down, recognize an enemy, or help a friend.
[Note: Fixer will first be shown on HBO on Monday night, August 17th. It will be re-aired on August 20th, 23rd, 25th, 29th, and 31st. Check your local listings for the exact times.]
Thursday, July 16, 2009 at 9:20pm
I've come back to the Afghan capital again, after an absence of two years, to find it ruined in a new way. Not by bombs this time, but by security.
The heart of the city is now hidden behind piles of Hescos -- giant, grey sandbags produced somewhere in Great Britain. They're stacked against the walls of government buildings, U.N. agencies, embassies, NGO offices, and army camps (of which there are a lot) -- and they only seem to grow and multiply. A friend called just the other day from a U.N. building, distressed that the view from her office window was vanishing behind yet another row of Hescos. Urban life as Kabulis knew it in this once graceful city has been lost to the security needs of strangers.
The creation of Hescostan in the middle of Kabul is both an effect of, and a cause of, war: an effect because it seems to arise in response to devious enemy tactics that are still relatively new to Afghanistan, such as the use of roadside bombs (IEDs) and suicide bombers (though there has actually been no attack in Kabul for six months now); a cause because it is so clearly a projection, an externalization of the fears of men out of their depth. It is a paradox of such "force protection" that the more you have, the more you feel you need. What's called security generates fear.
(...)
As I write, 4,000 newly arrived U.S. Marines are trudging through the blistering heat of Helmand Province to push back the Taliban so local Pashtuns can turn out to vote next month for Karzai, their fellow Pashtun. What's wrong with this new Obama strategy? For one thing, in some areas the local Pashtun population has instead turned out to fight against the foreign invaders, side by side with the Taliban (who, it should be remembered, are mostly local Pashtuns). They're as fed up as anybody with the puppet Karzai. Like millions of other Afghans, they say Karzai has done nothing for the people. But saddled with history, Karzai remains the horse the U.S. rode in on.
Let me make it clear that Olds and Parenti don't draw these comparisons to current affairs in Afghanistan. Fixer is simply and appropriately subtitled The Taking of Ajmal Nashqbandi. It's a tribute to a trusted colleague. But watch the film yourself and you'll be immersed in duplicity: officials manipulate the truth, citizens fear to tell it, Americans can't bear to look it in the face. Watch the film and maybe you'll understand how hard it has become, here behind the Hescos where history is being re-spun, to size anything up, pin anything down, recognize an enemy, or help a friend.
[Note: Fixer will first be shown on HBO on Monday night, August 17th. It will be re-aired on August 20th, 23rd, 25th, 29th, and 31st. Check your local listings for the exact times.]
domingo, 19 de julho de 2009
Um mar de sonhos
Os comentários da Joana, mesmo que tenhamos a mesma opinião sobre a mesma coisa, fizeram-me pensar que vos estou a transmitir uma imagem muito positiva de algo que não é positivo. Penso que a tendência de todos os expatriados é essa, de modo a aliviar a tensão diária, e os danos causados pelo stress desta guerra. Se existem festas e se andamos todos metidos numa vida social agitada, se nem sempre queremos repetir nos nossos blogs tudo o que vemos de mau, se calhar é porque precisamos de um pouco de alívio depois de um dia de trabalho em que ouvimos e vemos muita coisa negativa e em que sabemos que todos os nossos passos são controlados e que muito do que dizemos e escrevemos é também controlado, que somos peões numa guerra que sendo também nossa, seria muita mais simples se a ela pudessemos assistir no conforto das nossas casas a milhares de quilómetros daqui.
A semana passada um colega meu, o Romain, acompanhou o chefe da delegação ao hospital de cabul. Estava lá uma menina que tinha sido atingida durante uma das várias intervenções armadas, atingida pelos chamados danos colaterais da guerra, por tropas ocidentais. A menina após várias intervenções, e apesar das intervenções, nunca poderá vir a ser uma mulher com uma vida normal, pois nunca voltará a ter muitos dos seus órgãos. Mas uma vez as lágrimas vieram aos olhos de muitos de nós ao ouvir mais uma das muitas histórias más desta guerra. Não falo disso por acaso. Por muito que acreditemos que estamos a fazer algo válido neste país, e acreditem que não é por acaso que vim parar ao Afeganistão, acreditem que nunca teria ido para o Iraque, por uma questão de valores associados à intervenção estrangeira naquele país, enfim já estou a divagar, dizia eu, por muito que consigamos fazer algo neste país temos dois grandes inimigos. A opinião das populações dos países ocidentais e a opinião da população do Afeganistão. Estou convicto que os danos colaterais aumentarão nos próximos tempos, atingindo muitos civis em pequenas aldeias do país o que poderá virar a opinião pública afegã contra a presença estrangeira no país, pelo menos a que neste momento ainda nos apoia, e que, por outro lado, muitos militares ocidentais continuarão a perder a sua vida aqui. Penso que se não houver frutos positivos da intervenção estrangeira neste país, a opinião pública dos nossos paises irá virar-se contra a intervenção.
As festas e o convivio, são apenas uma maneira de esquecermos que no Hotel em que estamos houve um atentado há bem pouco tempo. Que apesar do blindado dos carros nada é seguro. Que quando temos que sair de cabul a segurança fica louca, mas tem razão em ficar. Que não há um segundo que passa em que não nos lembramos que estamos em perigo. Que nos assustamos ainda com qualquer movimento suspeito. Que, por outro lado, existe ainda opressão e submissão em muitos lares afegãos. Que na rua os meninos não nos pedem dinheiro por terem comida todos os dias e viverem bem. Que um afegão ganha em média 100 euros e que os preços dos bens não diferem muito dos nossos. Que a esperança média de vida neste país pouco ultrapassa os 40 anos. Que muitos dos mutilados que andam na rua têm o olhar vazio e devem-se perguntar que fiz eu para merecer isso?
Se estamos aqui não é por acaso, e acreditem que se há algo que me motiva nisso tudo é saber que o que fazemos na área da saúde, da agricultura, das reformas da administração pública, da educação tem utilidade, que não precisamos de armas para poder transformar o país aos poucos, e que temos valores que nunca serão postos em causa. Que não podemos deixar de acreditar e desiludir os afegãos que pensam que este país pode dar a volta, e que apesar de viverem cá continuam a ser optimistas e a acreditar.
Isso tudo não o trocaria por qualquer emprego em Portugal, apesar do sacrificio de estar longe da família, daqueles de quem gosto.
A semana passada um colega meu, o Romain, acompanhou o chefe da delegação ao hospital de cabul. Estava lá uma menina que tinha sido atingida durante uma das várias intervenções armadas, atingida pelos chamados danos colaterais da guerra, por tropas ocidentais. A menina após várias intervenções, e apesar das intervenções, nunca poderá vir a ser uma mulher com uma vida normal, pois nunca voltará a ter muitos dos seus órgãos. Mas uma vez as lágrimas vieram aos olhos de muitos de nós ao ouvir mais uma das muitas histórias más desta guerra. Não falo disso por acaso. Por muito que acreditemos que estamos a fazer algo válido neste país, e acreditem que não é por acaso que vim parar ao Afeganistão, acreditem que nunca teria ido para o Iraque, por uma questão de valores associados à intervenção estrangeira naquele país, enfim já estou a divagar, dizia eu, por muito que consigamos fazer algo neste país temos dois grandes inimigos. A opinião das populações dos países ocidentais e a opinião da população do Afeganistão. Estou convicto que os danos colaterais aumentarão nos próximos tempos, atingindo muitos civis em pequenas aldeias do país o que poderá virar a opinião pública afegã contra a presença estrangeira no país, pelo menos a que neste momento ainda nos apoia, e que, por outro lado, muitos militares ocidentais continuarão a perder a sua vida aqui. Penso que se não houver frutos positivos da intervenção estrangeira neste país, a opinião pública dos nossos paises irá virar-se contra a intervenção.
As festas e o convivio, são apenas uma maneira de esquecermos que no Hotel em que estamos houve um atentado há bem pouco tempo. Que apesar do blindado dos carros nada é seguro. Que quando temos que sair de cabul a segurança fica louca, mas tem razão em ficar. Que não há um segundo que passa em que não nos lembramos que estamos em perigo. Que nos assustamos ainda com qualquer movimento suspeito. Que, por outro lado, existe ainda opressão e submissão em muitos lares afegãos. Que na rua os meninos não nos pedem dinheiro por terem comida todos os dias e viverem bem. Que um afegão ganha em média 100 euros e que os preços dos bens não diferem muito dos nossos. Que a esperança média de vida neste país pouco ultrapassa os 40 anos. Que muitos dos mutilados que andam na rua têm o olhar vazio e devem-se perguntar que fiz eu para merecer isso?
Se estamos aqui não é por acaso, e acreditem que se há algo que me motiva nisso tudo é saber que o que fazemos na área da saúde, da agricultura, das reformas da administração pública, da educação tem utilidade, que não precisamos de armas para poder transformar o país aos poucos, e que temos valores que nunca serão postos em causa. Que não podemos deixar de acreditar e desiludir os afegãos que pensam que este país pode dar a volta, e que apesar de viverem cá continuam a ser optimistas e a acreditar.
Isso tudo não o trocaria por qualquer emprego em Portugal, apesar do sacrificio de estar longe da família, daqueles de quem gosto.
sábado, 18 de julho de 2009
A posição da Mulher no Afeganistão
Retirado do "Aghanistan Online"
Since the fall of the Taliban in late 2001, many would agree that the political and cultural position of Afghan women has improved substantially. The recently adopted Afghan constitution states that "the citizens of Afghanistan - whether man or woman- have equal rights and duties before the law". So far, women have been allowed to return back to work, the government no longer forces them to wear the all covering burqa, and they even have been appointed to prominent positions in the government. Despite all these changes many challenges still remain. The repression of women is still prevalent in rural areas where many families still restrict their own mothers, daughters, wives and sisters from participation in public life. They are still forced into marriages and denied a basic education. Numerous school for girls have been burned down and little girls have even been poisoned to death for daring to go to school.
- by Abdullah Qazi
Since the fall of the Taliban in late 2001, many would agree that the political and cultural position of Afghan women has improved substantially. The recently adopted Afghan constitution states that "the citizens of Afghanistan - whether man or woman- have equal rights and duties before the law". So far, women have been allowed to return back to work, the government no longer forces them to wear the all covering burqa, and they even have been appointed to prominent positions in the government. Despite all these changes many challenges still remain. The repression of women is still prevalent in rural areas where many families still restrict their own mothers, daughters, wives and sisters from participation in public life. They are still forced into marriages and denied a basic education. Numerous school for girls have been burned down and little girls have even been poisoned to death for daring to go to school.
- by Abdullah Qazi
sexta-feira, 17 de julho de 2009
A comida em cabul
A pedido de muitas famílias, depois deste intervalo, marcado por muito trabalho, muitas festas e poucas horas de sono, cá estou para dar mais notícias dos meus dias em cabul. Não posso dizer que tenho sofrido com a comida na capital afegã, pois apesar de não haver carne de porco... o que realmente não me faz grande diferença, não gosto de carne de porco, é o meu lado muçulmano, a comida é em geral muito boa. Para além disso existem restaurantes com ementas francesas, indianas, chinesas, libanesas.... Hoje fomos a um restaurante simpático que até tinha flammekueche....(tarte flambée). Apesar de ser um adepto incondicional de tarte flambée não comi, pois tarte flambée só como na Alsácia... mas fiquei surpreendido por constar da ementa tal prato. Obviamente temos que ter cuidado com os vegetais e com a água... mas de resto... tudo normal, consegue-se encontrar um bom bife e os vegetarianos também não se safam mal por estas bandas. Os afegãos comem muito pão, o nan (meio nan na imagem). Não sou grande comedor de pão, pelo que fico surpreendido quando comem dois nan(s) inteiros à refeição. Tenho conversado com os meus colegas afegãos e ontem decidi almoçar com eles, sobretudo depois de ter ouvido alguns comentários racistas sobre a forma como se portam à refeição. Foi simpático e permitiu conhecer um pouco mais do que pensam sobre o seu país, sobre o mundo. Não pensamos de forma muito diferente, e é bom saber isso. Fiquei a saber que o espírito de família é muito forte no Afeganistão, e é inconcebível eles não cuidarem dos pais quando esses começam a ter poucas forças para cuidar deles próprios. A mulher fica quase sempre em casa, a cuidar dos filhos e das pessoas mais idosas. A falta de emprego para as mulheres acaba por impulsionar muito esse tipo de vida. Não sou adepto da mulher ter que ficar em casa ou não poder trabalhar fora dela, mas, será que não se cria um ambiente mais humano dando-se mais importância à família? Ficando alguém a cuidar da casa e da família (sendo ele homem ou mulher?). Afinal devemos olhar para eles de forma diferente quando há 30 anos atrás tinhamos uma sociedade muito parecida? Não é uma questão de religião, é uma questão de evolução social e económica.... mas será evolução?
segunda-feira, 13 de julho de 2009
o Comissionês
Ja cá estou há uma semana e meia... pela quantidade de gente que conheci parece que estou há mais. Quando chego a uma festa ou um jantar, já tenho pessoal a gritar o meu nome... estou-me a sentir em casa.
Continuam a deixar chocolates, bolinhos e flores no meu quarto. Alguns dizem que devo ter uma admiradora secreta pois mais ninguém tem direito a esses mimos... Se é secreta deve estar bem escondida.
Hoje aprendi uma palavra nova... o comissionês. O comissionês é a lingua que os membros da delegação falam e que acaba por se parecer com o inglês mas a sua criatividade não tem limites, permitindo o enriquecimento substancial da lingua de sua Majestade, ao pondo de a deixar transtornada... penso. Tenho um colega da delegação, afegão, que me disse hoje que passou um mês à procura do significado de uma palavra que lhe tinham transmitido, que não encontrava no dicionário.
Comecei a pensar nas férias e estabeleci um primeiro esboço para Setembro. Dubai - Dhaka- Katmandu... e uns dias na Europa... mas Portugal só em Dezembro. Se alguém quiser ir até uma das paragens citadas... que me diga algo, pois isso de viajar sozinho é uma seca...!
O Anton, um membro austríaco da delegação, anda a tentar envolver-me em missões relacionadas com Auditorias... o que me parece bastante bom. Permite-me alargar os horizontes e não ficar limitado às finanças e contratos, acompanhar missões de entidades privadas de auditoria, trabalhar com as Nações Unidas e o Banco Mundial... etc...
Começo a dizer umas frases em Dari. Pelo menos os motoristas vão percebendo. Penso que até ao Natal conseguirei começar a desenrascar-me na língua.
Ainda não me sinto 100% seguro na rua. Não me atrevo a andar sozinho, mas aos poucos o receio vai desaparecendo. Cabul acaba por ser segura quando comparada com o que se passa à volta. No fim-de-semana saímos pela primeira vez da cidade e ao regressar, senti uma grande segurança por voltar a entrar na Cidade... e não fui o único do grupo a sentí-la.
Na rua continuo a estranhar a ausência de mulheres. 90% das pessoas na rua são Homens e mesmo ao fim-de-semana, nos jardins, vêm-se homens a passear os filhos, com uma grande ausência das mães. Dizem que cabul nesse ponto de vista não é mau... que fora de Cabul é bem pior. Continuo a não entender as Burkas... mas é uma opção, enfim, deve ser.
Tive um fim-de-semana recheado de festas e esta semana continua... festa na embaixada francesa amanhã, jantar em casa de amigos quarta, jantar em casa do chefe da delegação na quinta... entretanto o fim-de-semana recomeça... uau.
Continuam a deixar chocolates, bolinhos e flores no meu quarto. Alguns dizem que devo ter uma admiradora secreta pois mais ninguém tem direito a esses mimos... Se é secreta deve estar bem escondida.
Hoje aprendi uma palavra nova... o comissionês. O comissionês é a lingua que os membros da delegação falam e que acaba por se parecer com o inglês mas a sua criatividade não tem limites, permitindo o enriquecimento substancial da lingua de sua Majestade, ao pondo de a deixar transtornada... penso. Tenho um colega da delegação, afegão, que me disse hoje que passou um mês à procura do significado de uma palavra que lhe tinham transmitido, que não encontrava no dicionário.
Comecei a pensar nas férias e estabeleci um primeiro esboço para Setembro. Dubai - Dhaka- Katmandu... e uns dias na Europa... mas Portugal só em Dezembro. Se alguém quiser ir até uma das paragens citadas... que me diga algo, pois isso de viajar sozinho é uma seca...!
O Anton, um membro austríaco da delegação, anda a tentar envolver-me em missões relacionadas com Auditorias... o que me parece bastante bom. Permite-me alargar os horizontes e não ficar limitado às finanças e contratos, acompanhar missões de entidades privadas de auditoria, trabalhar com as Nações Unidas e o Banco Mundial... etc...
Começo a dizer umas frases em Dari. Pelo menos os motoristas vão percebendo. Penso que até ao Natal conseguirei começar a desenrascar-me na língua.
Ainda não me sinto 100% seguro na rua. Não me atrevo a andar sozinho, mas aos poucos o receio vai desaparecendo. Cabul acaba por ser segura quando comparada com o que se passa à volta. No fim-de-semana saímos pela primeira vez da cidade e ao regressar, senti uma grande segurança por voltar a entrar na Cidade... e não fui o único do grupo a sentí-la.
Na rua continuo a estranhar a ausência de mulheres. 90% das pessoas na rua são Homens e mesmo ao fim-de-semana, nos jardins, vêm-se homens a passear os filhos, com uma grande ausência das mães. Dizem que cabul nesse ponto de vista não é mau... que fora de Cabul é bem pior. Continuo a não entender as Burkas... mas é uma opção, enfim, deve ser.
Tive um fim-de-semana recheado de festas e esta semana continua... festa na embaixada francesa amanhã, jantar em casa de amigos quarta, jantar em casa do chefe da delegação na quinta... entretanto o fim-de-semana recomeça... uau.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Festas
Ontem fui a uma festa privada em casa de.... não me perguntem bem quem. Algo relacionado com seguranças ... enfim... o que interessa é que eu constava na lista de convidados e que alguém me levou à festa... Fui eu, os dois Romain, a Stine, a Meghna, o Anton e o Laurent... Na verdade a noite começou no quarto da Stine e do Anton no Hotel, onde se juntou o pessoal todo, e depois é que realmente fomos à festa propriamente dita. Para irmos a festas privadas temos que ser convidados, para sermos convidados temos que ter uma rede de contactos organizada de forma a podermos fazer parte da lista... Tenho impressão que vou ter mais vida social aqui do que tive em Lisboa. A noite acabou em casa da Meghna onde festejámos os anos do romain (romjan do) como o tratamos. Quando se gosta de alguém acrscenta-se o Jan em Dari. Neste caso eu sou o Manujan. O "do" do "Romjan do" vem de dois (do em Dari) para não confundir com o Romjan Yak (um em Dari). Como é normal festa com muito alcool (cuja venda é proibida por esses lados...), muitas nacionalidades, muitas conversas interessantes.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Fotos, fotos, fotos
Pronto, confesso, ontem estava exausto e não me aproximei do computador para escrever algo... Penso que com o tempo vao surgir alguns espaços neste blog mas, também não é um diário mas sim um blog.... falando nisso gostava de ter mais uns comentários... vá, deixem a vergonha e digam algo. O cansaço de ontem, para além de não ter sido um dia particularmente bom, deveu-se sobretudo à burocracia Bruxelense, não sei se é assim que se diz, mas também pouco interessa. É uma coisa tão incompreensível que nem vale a pena falar muito nela. Muitas vezes a Europa reduz-se a Bruxelas e à Bélgica, e este é bem um problema.
Bem, a burocracia obrigou-me a ir tirar novas fotos e digo-vos tirar fotos neste país é toda uma arte. Primeiro não tem a fotografia tipo-passe sor fotografia tipo-passe. Nada disso meus caros, temos que escolher entre a fotografia tipo-passe francesa, inglesa, americana... isto tudo num expositor que se encontra à nossa disposição. Depois de termos escolhido o tipo de foto que queriamos (esqueci-me de dizer que fui com o Romain, companheiro de luta), não se pode tirar uma foto só de camisa... naaaa... temos que vestir um casaco, que tambem se pode escolher. Para terminar nada de sorrisos, a foto tem que ser uma coisa séria. Hoje fomos buscar as fotos... a pior foto que já me tiraram... mas valeu a experiência.
Inicei hoje a minha luta nos contratos da Comissão... algo curioso, que não sabia, é que em caso de litigio o caso é resolvido nos tribunais Belgas. Faz-me pensar que a Europa seria muito mais complicada se tivesse escolhido Lisboa para sede da União.
Continuam-me a pôr amendoas, bolinhos, fruta e chocolate no meu quarto... algo que não se passa nos quartos dos outros companheiros de luta,veremos se não me aparece a factura no fim do mês. Hasta.... ou melhor Khuda Afez!
segunda-feira, 6 de julho de 2009
As ruas de Cabul
l
Passei o dia a pensar que era terça-feira... esta história de começar a semana de trabalho ao Domingo ainda não foi interiorizada. Hoje fui ao supermercado... conseguímos encontrar aqui mais coisas do que aquilo que julgava vir a encontrar e os preços não diferem muito dos nossos.
Ao sair, no fim do dia, deparámos com dois tanques no parque, e vários soldados à porta do Hotel. Ainda não tinha saído e já tinha avistado, através da porta de entrada a bandeira portuguesa nos tanques e nos braços dos soldados... Eu e o Romain (que já esteve a trabalhar para a comissão na guiné bissau), dissemos boa tarde em português aos militares ao sair que nos responderam prontamente. Ainda meti um pouco de conversa com eles antes do nosso carro chegar. Estão há dois meses no Afeganistão... mas não nos quiseram contar o que estavam ali a fazer, com dois tanques em frente há entrada do hotel. Chega um considerável reforço para a semana. Não pude tirar fotos é claro, pois estavam os seguranças do Hotel bem perto.
Hoje apercebi-me o quão confuso é atravessar as principais ruas de cabul. Os peões jogam com a vida, não há passadeiras e muito poucos semáforos... Os condutores tanto encostam à esquerda como à direita... os volantes dos carros posicionam-se conforme a origem do carro, os peões misturam-se com os veículos motorizados, com as bicicletas, não há regras, não há faixas de rodagem. Perdi a conta da quantidade de pessoas que por pouco não atropelámos... hoje no rol incluiam-se dois polícias.
Ao sair, no fim do dia, deparámos com dois tanques no parque, e vários soldados à porta do Hotel. Ainda não tinha saído e já tinha avistado, através da porta de entrada a bandeira portuguesa nos tanques e nos braços dos soldados... Eu e o Romain (que já esteve a trabalhar para a comissão na guiné bissau), dissemos boa tarde em português aos militares ao sair que nos responderam prontamente. Ainda meti um pouco de conversa com eles antes do nosso carro chegar. Estão há dois meses no Afeganistão... mas não nos quiseram contar o que estavam ali a fazer, com dois tanques em frente há entrada do hotel. Chega um considerável reforço para a semana. Não pude tirar fotos é claro, pois estavam os seguranças do Hotel bem perto.
Hoje apercebi-me o quão confuso é atravessar as principais ruas de cabul. Os peões jogam com a vida, não há passadeiras e muito poucos semáforos... Os condutores tanto encostam à esquerda como à direita... os volantes dos carros posicionam-se conforme a origem do carro, os peões misturam-se com os veículos motorizados, com as bicicletas, não há regras, não há faixas de rodagem. Perdi a conta da quantidade de pessoas que por pouco não atropelámos... hoje no rol incluiam-se dois polícias.
domingo, 5 de julho de 2009
T-shirt Kaboom
A minha amiga Bete acaba de me enviar esta foto da bela t-shirt que me ofereceram na véspera de vir para cabul. Foi num Jantar-surpresa que me organizaram... e tem as fotos de todos os presentes no jantar e de mais alguns... A T-shirt está em cima da cadeira do meu quarto e só não a abro completamente pois poderia ser insultado pelo empregado de quarto ou preso pelo governo deste país islámico, dado o conteúdo de algumas frases. Nas costas diz Kaboom! Com amigos assim....
primeiro dia na delegação
Testemunho rápido antes de ir jantar com amigos...
Foi interessante. Conheci montes de gente. Parte menos postiva... burocracias, pápeis a preencher e traçar objectivos para a avaliação... onde é que já vi isto?
Briefing sobre segurança... recebi um kit que inclui um torniquete... animador... para além de outras coisas... só faltava a pastilha para o suicidio.
Vi as obras do complexo que estão a construir para nós, o meu futuro apartamento, que segundo a empresa construtora estará pronta em Novembro... dada a evolução da coisa... não me pareça que seja para tão breve. Almoço no "Le Bistro", que apesar de perto da delegação nos obrigou a ir de carro blindado. Como estão a ver só tenho comido comida afegã... um belo bife com batata frita! No domingo foi Sushi.... expatriado sofre. Durante a tarde recebemos o alerta para não irmos para o hotel supostamento por causa de uma "fighting"... não chegamos a saber o que era mas foi levantada a proibição passado uma hora.
Vou por a carregar o meu rádio de alerta, onde posso andar a brincar ao "charlie calling.... over"! Não é Charlie mas é outra letra...
Cada vez noto mais polícias nas ruas, ainda não me habituei!
Vou ver da janta e hoje não há fotos... pelo menos por enquanto.
Foi interessante. Conheci montes de gente. Parte menos postiva... burocracias, pápeis a preencher e traçar objectivos para a avaliação... onde é que já vi isto?
Briefing sobre segurança... recebi um kit que inclui um torniquete... animador... para além de outras coisas... só faltava a pastilha para o suicidio.
Vi as obras do complexo que estão a construir para nós, o meu futuro apartamento, que segundo a empresa construtora estará pronta em Novembro... dada a evolução da coisa... não me pareça que seja para tão breve. Almoço no "Le Bistro", que apesar de perto da delegação nos obrigou a ir de carro blindado. Como estão a ver só tenho comido comida afegã... um belo bife com batata frita! No domingo foi Sushi.... expatriado sofre. Durante a tarde recebemos o alerta para não irmos para o hotel supostamento por causa de uma "fighting"... não chegamos a saber o que era mas foi levantada a proibição passado uma hora.
Vou por a carregar o meu rádio de alerta, onde posso andar a brincar ao "charlie calling.... over"! Não é Charlie mas é outra letra...
Cada vez noto mais polícias nas ruas, ainda não me habituei!
Vou ver da janta e hoje não há fotos... pelo menos por enquanto.
Karzai ou Abdulah?
Antes de chegar ao Afeganistão pensei que Hamid Karzai ganharia facilmente as eleições... pelo que tenho falado com os afegãos, Abdulah Abdulah, ou dr Abdulah como dizem os afegãos, poderá ganhar as eleições de Agosto. A vitória de Karzai não é tão evidente quanto isso. Acabei por ir ver sondagens e a diferença poderá ser de 7% entre os dois. Tendo em conta a fiabilidade das empresas de sondagens em Portugal, sobretudo com o resulado das Européias de Junho último, serão as do afeganistão mais fiáveis?
sábado, 4 de julho de 2009
primeira saída do hotel
Eram 16h30, mais ou menos, tocaram à porta do quarto. Uma rapariga, sorridente, perguntou-me se era o Emanuel. Disse que sim. Ela informou-me que tinha combinado com uns amigos da delegação dar uma volta pela cidade, e sairiam daqui a cinco minutos e que gostavam que fosse com eles.... poderia eu recusar? Corri para vestir algo apropriado, peguei no telemóvel, carteira e máquina fotográfica. Encontrámo-nos na entrada do hotel onde foi ter o Romain... outro Romain, fiquei a saber que há dois na delegação... prático.
O carro chegou e fomos ter com mais dois amigos (novos amigos para mim) que vivem no centro da cidade. Não é tão mau viver no centro da cidade, tendo um portão enorme na entrada e um segurança 24/24. Saímos de casa deles a pé e fomos até ao Tapa-i-Bibi Mah-Ru, um monte donde se pode avistar toda a cidade e onde se encontra uma grande piscina, abandonada, construída pelos Russos, que outrora foi rodeada de pinheiros. A caminho passámos pelas ruas da zona dita nobre da cidade, onde se concentram algumas embaixadas. Algumas ruas têm alcatrão mas a maior parte não. O contraste entre barracas e casas de luxo é grande e conseguem misturar-se num mesmo bairro. Muitas crianças nas ruas, algumas pedem-nos dinheiro, a maior parte diz-nos apenas olá, muitas vezes em inglês. No topo do monte encontrámos um afegão que gostava de ser fotografado e que se deliciava cada vez que via uma máquina fotográfica, querendo depois ver o resultado. Encontram-se no local vários tanques abandonados, russos na certa. Cabul é uma cidade de contrastes, verde de um lado, seca do outro, com imóveis novos que se misturam com casas da cor da terra, com carros velhos que se misturam com carros de grande cilindrada do corpo diplomático presente.
Não senti receio. Sair em grupo pode ser uma boa ideia.
Amanhã primeiro dia de trabalho, vou conhecer a delegação!Dari
Fruta e doces
O romain não percebe porque me deixam sempre doces tradicionais e chocolates no quarto, acompanhado da respectiva cesta de frutas e a ele só lhe dão fruta... Um invejoso! A verdade é que continuando assim, passando o tempo no hotel, na delegação e no carro... será preferível ir até ao ginásio com alguma frequência.
Chegada a cabul
Estoirado da viagem. Após uma corrida de taxi entre o terminal 1 e 2 no Dubai, por ter pedido tempo à espera de um vôo que não era o meu, enfim, deu para conhecer gente. Um vôo que saía à mesma hora do Dubai para Cabul, como é que podem ter dois vôos a sair ao mesmo tempo?... e para cabul??? Bem, conclusão, apenas me sobraram 20 minutos para atravessar uma zona em obras, para apanhar um taxi e correr para o terminal 2, voltar a passar pelos raios-x e companhia e chegar de cinto na mão (quem se lembra de viajar com cintos e passar por raios-x?), ofegante, ao check-in, para me dizerem que já não havia lugar na primeira classe. Disse-lhe com o sorriso que não me importava, que deveria chegar ao mesmo tempo que os outros. Estava tão contente por ter chegado a tempo ao check-in! Penso que a funcionária não deve ter percebido a minha alegria.
Durante a viagem, conheci a Soraya Omar, super simpática, vinha dos Estados Unidos e dirige o Business Council for Peace. Objectivo: desenvolver projectos liderados por mulheres, pequenas empresas, no Afeganistão. Lema "more jobs mean less violence" ... trocamos contactos, ficámos de jantar um dia.
O voo do Dubai para cabul foi na SAFI airways, num boeing 737 (a primeira coisa que fiz foi pegar no livro da companhia e ver se efectuavam voos para a Europa)... não comento... um pequeno contraste após o vôo no Airbus 330 da AF, em business.
Chegada ao aeroporto de Cabul... pequeno, será essa a descrição, no meio de montanhas. Cenário de guerra, vários helicópteros de grande porte estacionados com o símbolo da UN. Militares e polícias por tudo o que é sitio. Muito pó no ar e um calor infernal.
Chegou o autocarro. Um autocarro velho, com um afegão vestido com as roupas tradicionais ... adorei os assentos... (ver foto).
Cheguei à casa que chamam de terminal (que soube ser bastante recente) . O Romain, meu colega de trabalho foi-me buscar... 45 minutos depois de eu ter chegado... teve dificuldades com as medidas de segurança... começou logo a falar em francês comigo antes de eu abrir a boca. Teve sorte! Chegou o carro blindado... nada de agressivo. Um belo cherokee, novinho em folha.... disse-me que era uma medida tomada pela delegação nos últimos tempos... fiquei contente por ter chegado agora!
Atravessámos Cabul. Pouco alcatrão mas avistei algumas estradas novas. Polícias por tudo o que é canto... e muita gente de bicicleta. Muitos mutilados da guerra, de minas... etc... Avistei a primeira Burka, ok, impressiona... mas a maior parte das mulheres apenas usavam um lenço. A viagem durou cerca de 20 minutos.
Chegada ao hotel... uma fortaleza que não vou descrever aqui, por medidas de segurança. O Romain disse-me que tinha tentado tirar fotos para enviar aos amigos e que o obrigaram a apagar tudo do cartão.
Este foi o meu primeiro dia em Cabul´, dia 2 de Julho...
O voo do Dubai para cabul foi na SAFI airways, num boeing 737 (a primeira coisa que fiz foi pegar no livro da companhia e ver se efectuavam voos para a Europa)... não comento... um pequeno contraste após o vôo no Airbus 330 da AF, em business.
Chegada ao aeroporto de Cabul... pequeno, será essa a descrição, no meio de montanhas. Cenário de guerra, vários helicópteros de grande porte estacionados com o símbolo da UN. Militares e polícias por tudo o que é sitio. Muito pó no ar e um calor infernal.
Chegou o autocarro. Um autocarro velho, com um afegão vestido com as roupas tradicionais ... adorei os assentos... (ver foto).
Cheguei à casa que chamam de terminal (que soube ser bastante recente) . O Romain, meu colega de trabalho foi-me buscar... 45 minutos depois de eu ter chegado... teve dificuldades com as medidas de segurança... começou logo a falar em francês comigo antes de eu abrir a boca. Teve sorte! Chegou o carro blindado... nada de agressivo. Um belo cherokee, novinho em folha.... disse-me que era uma medida tomada pela delegação nos últimos tempos... fiquei contente por ter chegado agora!
Atravessámos Cabul. Pouco alcatrão mas avistei algumas estradas novas. Polícias por tudo o que é canto... e muita gente de bicicleta. Muitos mutilados da guerra, de minas... etc... Avistei a primeira Burka, ok, impressiona... mas a maior parte das mulheres apenas usavam um lenço. A viagem durou cerca de 20 minutos.
Chegada ao hotel... uma fortaleza que não vou descrever aqui, por medidas de segurança. O Romain disse-me que tinha tentado tirar fotos para enviar aos amigos e que o obrigaram a apagar tudo do cartão.
Este foi o meu primeiro dia em Cabul´, dia 2 de Julho...
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